Quem já viu um pós operatório de abdominoplastia com uso de dreno por 3 a 7 dias sabe o quanto que incomoda. Um tubo de silicone que sai do abdome até uma pequena bolsa e a cada movimento do corpo, seja para andar ou tomar banho sente-se algo se movimentando, tornando uma tarefa bem mais trabalhosa. Além do inconveniente de ter que ficar esvaziando o dreno 1 ou 2x ao dia.

Tudo isso mudou quando dr. Baroudi descreveu sua técnica de abdominoplastia que envolvia fazer pontos internos, chamados Pontos de Baroudi ou Pontos de Tração Progressiva, unindo o retalho abdominal à musculatura, da parte mais superior até a mais inferior, cerca de 30 a 50 pontos com fio absorvível.

Dessa forma, haveria uma maior adesão da parede abdominal, diminuindo espaço morto, evitando maior mobilidade do retalho e com isso conseguiu diminuir as taxas de seroma e melhorou e muito o conforto no pós operatório porque não precisava mais usar o dreno.

Aplicar estes pontos na cirurgia acrescenta um certo tempo, aumenta o tempo total da cirurgia,  no entanto melhora  muito a recuperação, já que sem dreno a recuperação é mais rápida, torna a cirurgia mais segura, os pontos internos conseguem tracionar o retalho para a posição que se deseja, tirando toda a tensão na cicatriz, deixando uma melhor cicatriz e conseguindo retirar mais pele.

Além disso, vários estudos mostram que o dreno aumenta o risco de infecção (é uma porta de entrada) e de seroma (o dreno fica em contato com os tecidos, irritando e estimulando a formação).

Como toda regra, existe a excessão, e neste caso é em pacientes pós bariátricos, ex obesos, pessoas que perderam muita quantidade de peso, porque nestes pacientes, mesmo fazendo todos os pontos internos de adesão o risco de seroma continua alto, ou seja, os trabalhos científicos não conseguiram provar que haveria benefício em evitar o dreno.

Portanto, a única indicação atual para uso de dreno é em pacientes pós bariátricos.

 

 


Deixe seu comentário